Monday, March 14, 2011

Refletindo a realidade...

Durante a aula de Estágio Curricular Supervisionado I do Curso de Letras Inglês da Universidade de Alagoas (quanta preposição..rsrs), discutimos sobre educação e o papel do estado, assim como o papel dos professores na escola.

Um dos pontos que me chamou a atenção foi o repensar como a visão individualista se manifesta de várias formas. Neste caso em questão, ela se manifestou com o pensamento de alguns dos alunos que se manifestaram, ao dizer que os professores de Lingua Inglesa não procuram se reciclar, para aprender melhor a língua e mesmo ensinar.

O que surpreende é que muitos alunos parecem não lembrar que estamos no Estado mais atrasado do Brasil e isto reflete significativamente na educação. Outro ponto muito importante é repensar se este professor de inglês tem o nível superior. Será que tem? Outros professores passaram por faculdades que mal cobravam a proficiência na língua. A quem podemos responsabilizar?

Se quisermos acreditar que tudo é culpa dos professores, destes indivíduos que passam por horas em uma sala de aula ensinando uma língua completamente estranha para a maior parte dos alunos, com turmas de 40, quando muitos cursinhos procuram manter menos de dez; se depois de pensar tudo isso jogarmos para ele a culpa disto, enfim, é um ponto de vista.

Por outro lado, se repensarmos o papel do Estado em prover uma educação de qualidade, e considerar que em menos de 7 anos podemos aprender falar uma língua fluentemente, vamos perceber que a educação básica não funciona bem com o ensino de língua inglesa nos moldes atuais. E anteriormente, o que nos leva a crer, que anteriormente funcionava?

Quando focamos em Alagoas e pensamos que muitas prefeituras por aí não fazem concurso há muitos anos, até mais de uma década. Algumas prefeituras agora é que estão realizando concurso mesmo assim, certas por conta da pressão do ministério público, ou receio disto.

O ponto é que, ao invés de responsabilizar somente o professor pelo seu desinteresse, seria mais construtivo reorientar a prática atual e compreender o tipo de público que ele foi quando aluno e o papel que o Estado teve para sua formação. Só assim poderemos ter argumentos para entender a nossa realidade e exigir do Estado, leiam-se também municípios, que cumpram seu papel e dêem condições para o professor realizar suas atividades de maneiras mais produtivas.

É viável também relembrar que toda esta discussão em relação ao professor e ao papel do Estado deve ter o propósito maior de oferecer um futuro melhor para nosso Estado, com intuito através da formação dos alunos, de ter uma população com um nível sócio-cultural mais elevado e participativa nos espaços de deliberação e construção de uma sociedade melhor.

Embora pensemos que possam haver professores que se mostrem desinteressados, somos obrigados, pela consideração ao papel de professor e profissional que somos/seremos, antes de criticá-los, a lembrar que não raro eles tiveram uma formação deficiente e muito provavelmente em alguma escola pública de Alagoas.
Posted by Jun Weik at Monday, March 14, 2011

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