Sunday, June 26, 2011

Uneal... melhor, UNIVERSIDADE e Formação para a Vida - Parte 1

No ano de 2007 ingressei na Universidade Estadual de Alagoas. Neste ano, como aluno do curso de Letras Inglês. Confesso que meus objetivos eram: 1) Fugir da exploração na empresa em que então trabalhava, objetivo este que falava com Jaffia Alves, grande amiga. 2) Continuar praticando inglês, eu sequer imaginava o que era licenciatura, e qual a diferença para bacharelado, mas enfim... 3)... não sei se havia mais objetivos, mas sei que lá no fundo eu estava inquieto com a exploração nas empresas, e olha que minha situação na empresa era 'confortável' em comparação com outras muitas pessoas.

Neste mesmo ano, continuei falando com Jaffia e conheci um camarada que tinha as idéias parecidas com a daqueles caras dos livros do ensino médio, como Marx e outros que discutiam a mais valia exploração, capitalismo e outras coisas mais. Este, Rafael Cardoso, contribui para eu começar a imaginar se era, e como era, possível avançar nas questões sociais. Mais tarde eu veria também com o professor Antônio Barbosa, ou Malvadeza, como é mais conhecido, pela quantidade de livros que passa e das cobranças em aula.

A partir daqui, enfim, é melhor resumir. Participei do Diretório Central dos Estudantes - DCE, nas gestões 2007 e 2008 e na Gestão 2009 e 2010, sem dúvidas a melhor destes períodos com muitos avanços, discussões e inclusive contava com Rafael Cardoso na direção, Saulo, Nivaldo, Paul Clivilan, Francis Batista, enfim, muita gente que contribuiu bastante, desculpe-me se faltou alguém que estava sempre a frente. Tive maior contato com o pessoal da UJS e pela participação comprometida com que se dedicavam e claro, pela ideologia que pensava a classe trabalhadora, terminei me filiando.

O Centro Acadêmico de Letras - CALE também foi formado em 2010, com gestão até 2011. Contava com Francis Batista, Janderson, Sérgio de Lima (hoje no Sintuneal), Janaina Bispo, Josy, Gerlan, Wellingta Nascimento e eu formávamos a Gestão Letras de Verdade.

Assembleia em Palmeira dos Índios em 28 de fevereiro de 2010.No DCE a luta foi, junto com outros CAs e alunos em geral. Assembleias nos Campi da Uneal e muita construção para que a Uneal não fechasse a porta por falta de servidores. Uma de nossas reivindicações era a admissão dos servidores concursados (link no blog do DCE), que resultou na Decisão da 4º Vara de Arapiraca reforma dos banheiros e das salas e telhados que inundavam as salas do Campus I, e também a bibioteca. O CA de Letras, além de lutar pela reforma, tinha inclusive uma sala que estava em riscos de cair. Conseguimos esta reforma, com muitas manifestações e idas a Câmara dos Vereados, inclusive reuniões, onde secundaristas de Arapiraca se fizeram presentes. A construção de 2 (duas) salas mais para Letras no Campus I também foi conquista do CALE.

A partir daí, eu já estava certo de que, sem dúvidas, era sim possível modificar a realidade em que vivemos, a partir das articulações com os envolvidos e pressões aos órgãos responsáveis. Tecendo críticas conscientes e construtivas e com intuito de avançar nos pontos de ordem coletiva, deixando questões individuais, pessoais, em último plano.

Durante este período trabalhei na empresa e militei no movimento estudantil da Uneal. Em Abril de 2010 saio da empresa onde trabalhava e entro na Uneal, como Servidor Público. Uma nova experiência, muito boa. A Universidade então funcionava com 3 servidores efetivos, o grupo que entramos, cerca de 160 das 190 vagas, colocava a Uneal em uma situação melhor que a anterior, onde funcionava com funcionários precários.

Como não poderia ser diferente, assim que entramos, discutíamos as condições de trabalho e o Plano de Cargos e Carreiras, indigno de uma Universidade. A longo e mesmo curto prazo muitos servidores deixariam o cargo. É o que vem acontecendo. Se em uma empresa privada as condições de trabalho são de exploração e há um descontentamento, no órgão público, as pessoas tem maior liberdade para discutir isto, diferente do outro caso. Conseguir ter melhores condições de trabalho e salário em um órgão não se limita a ter melhor fonte de renda para um indivíduo, mas é mesmo a manutenção do serviço e melhor atendimento a população; claro o movimento estudantil é fundamental para que as pessoas que estejam a frente vejam além das questões financeiras.

Para fechar, toda a formação passada, tanto a acadêmica, quanto à cidadã, levou-me a participar da formação do Sindicato dos Técnico-Administrativos da Universidade Estadual de Alagoas - SINTUNEAL, no qual hoje sou Presidente. Outros diretores como Sérgio de Lima que fez parte do CALE 2010-2011, Alexandre Batista, que foi do Centro Acadêmico de Biblioteconomia da Ufal, hoje vice-presidente, Melquizedeque, hoje Diretor do do DCE/UNEAL, também da Direção do Sindicato, mostram a contribuição do Movimento Estudantil para a formação cidadã. Desde a Educação Básica isto é importante, mas já fico feliz por ter aproveitado a partir da Universidade para perceber que posso contribuir para avançar nossa sociedade.

Há muito mais para contar, mas enfim, não dá pra resumir tudo em um único artigo

4 comments:

Anonymous said...

Junior Parabéns pelo texto mto bom, narração brilhante...
Parabéns pela bela trajetória...

Júnior Araujo said...
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Júnior Araujo said...
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Júnior Araujo said...

Valew, Wellingta Carla, Diretora da Gestão Letras de Verdade do nosso querido CALE, pelas ajudas nas lutas!!!! A briga por nossas salas, que você tanto lutou e terminou sequer tendo aulas nela!!!! Este é o espirito: lutar por melhorias para o coletivo, nada é individual!!!!